Quando chove me sinto mais leve
Quando chove somos todos iguais
Debaixo do mesmo teto observando a chuva cair, estamos todos sob seu efeito, mudando nossos rumos e ás vezes somente esperando a chuva passar e então não podemos fazer mais nada, senão esperar.
É como se por aquele momento nossa vida saísse do nosso controle, é a manifestação de que uma coisa maior nos une e decide como vai ser dali em diante
Hoje em dia, é duro constatar que a chuva causa medo, é motivo até de desgraça e o pior é que não são poucas nem brandas, o mundo com certeza está mudando e talvez não nos suportando mais.
Mas falo da chuva de antigamente, aquela que talvez eu nem tenha vivido, que simplesmente congelava o instante, e de alguma forma tornava tudo mais aconchegante e terno
A chuva do livro, do vinho, do filme e da lareira.
A chuva do trovão, que desperta um medo bobo que serve de motivo pra um abraço apertado e longo.
As gotas de chuva que Claude Debussy ouviu caindo no teto e compôs Claire de Lune.
A chuva do sono bom, onde o lençol é mais gostoso, o travesseiro serve de colo, e o cobertor cumpri seu melhor papel.
O mato responde com um cheiro de vida.
Em tantos momentos a chuva é alimento que limpa e lava, até a alma.
Se for ver bem, são milhões e milhões de pequenos pingos que caem ao mesmo tempo sem parar, em vários lugares. Como nós. No mundo inteiro é igual, não muda.
Quanta coisa não queria ver mudar?
A primeira chuva na cara, no corpo, na roupa, correndo sem pressa, querendo arrastar todos os pingos de uma só vez.
É um momento mágico, grato, eterno.
Chuva que não para, nunca.
Ah se toda chuva fosse assim, um romance escrito pra mim.
(por Luiza Possi)
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirhope, hope, hope!just one word to make the difference.
ResponderExcluir